2007-04-14

CONECTIONS

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Numa comunicação que apresentei em uma palestra sobre o racismo, xenofobia e ensino, a certa altura referi que o preconceito etnocêntrico não é combatível mas sim superável.
Posteriormente, no período reservado ao debate, alguém me interrogou sobre as razões de ser dessa afirmação.
Dei então uma resposta de circunstância, limitando-me a dizer que enquanto o racismo é um produto consciente da razão humana, o etnocentrismo é algo mais fundo, inculcado no nosso inconsciente.
O primeiro é uma ideologia ou, se quisermos, consubstancia-se num conjunto de explicações ideológicas. O segundo é um preconceito que se materializa em ideias e discursos preconcebidos.
Um é uma construção deliberada do género humano; alguém explicou os desníveis civilizacionais através de factores rácicos. O outro não, incorpora a mundivisão de um qualquer sujeito no mesmo plano em que este usa a linguagem, respeitando-lhe as regras sem dar por isso; são elementos endémicos à mundividência que por eles é condicionada sem que tal seja tido em conta pelos seus intérpretes.
Temos pois que o racismo está ao nível dos argumentos.
Tratam-se de raciocínios e análises explicativas mais ou menos bem elaboradas que, no entanto, poderão ser sempre contrariadas e reprovadas com outras argumentações ainda melhores.
Ora o etnocentrismo está antes no patamar dos sentimentos e nessa dimensão não pode ser combatido embora seja superável, isto é, passível de ser posto de parte.
Na reunião, esta explicação foi bem aceite e novas intervenções deram continuidade à discussão.
Contudo, aquela interrogação situa-se nos domínios não desenvolvidos pela minha leitura e espoleta uma série de outras dúvidas que importa averiguar. Será essa a temática destas páginas.
Começaremos por abordar a ligação entre o preconceito etnocêntrico e o racismo e nos items seguintes indagaremos se o primeiro tem ou não fundamentos naturais próprios dos membros da nossa espécie.

Luís F. de A. Gomes

6 Comments:

Blogger Entre linhas said...

O etnocentrismo é a atitude característica de quem só reconhece legitimidade e validade às normas e valores vigentes na sua cultura ou sociedade.

Julgo que disse tudo...

Bom Domingo

Bjs Zita

14:02  
Blogger ATIREI O PAU AO GATO said...

Por definição, basicamente podemos dizer que é isso. Mas não é tudo; perante o mesmo importa compreendê-lo no que o motiva, pois só a partir daí o poderemos superar.

Muito bem-vinda a esta humilde casinha, Zita, é este espaço que fica mais bonito pela visita e seguramente com um adicional de interesse também.
Faço votos para a ver por aqui mais vezes e nos outros espaço do blog também.
Lamento apenas que o link que coloca dê erro e não permita abrir a casa de onde vem. Não nos quer dar a morada do seu blog para que o possamos visitar e linkar, como é regra desta casa para com todos aqueles que nela entram e se fazer escutar? Desde já agradecemos a atenção dispensada.
Tudo de bom para a Zita e todos aqueles a quem quer bem
Luís F. de A. Gomes

16:12  
Blogger sonhadora said...

Tempo de ouvir e sonhar.
Beijinhos embrulhados em abraços

15:28  
Blogger ATIREI O PAU AO GATO said...

Sempre.
Voltai então mais vezes, para ouvir e sonhar, aqui e nas outras entradas do blog. Gostamos de ouvir e de sonhar também.

Luís F. de A. Gomes

19:06  
Blogger Rafaela said...

Que em cada amanhecer do teu dia Nasça contigo uma flor ¸que cada sorriso teu Seja radiante como as estrelas que cada pensamento positivo seja o caule para sustentar o otimismo que cada passo à vitória seja firmado pela terra .Que cada gesto teu Seja o sol que fornece energia a quem precisa que o brilho e a garra em teu olhar. Sejam como escudos ao teu corpo e alma... Bjos!!!

01:27  
Blogger ATIREI O PAU AO GATO said...

Muito obrigada Rafaela e todos os dias rego com carinho as flores do jardim com que gosto de rodear o meu olhar.

Luís F. A. Gomes

09:14  

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