2007-06-09

CONECTIONS

Com este pequeno ensaio que hoje concluímos, fazemos aqui a nossa modesta homenagem ao Zeca, o pintor responsável pelas peças de arte que dividem os diversos textos que temos vindo a apresentar nesta janela de o "Atirei o Pau ao Gato". Para ele que tanta generosidade revela, a gratidão pela amizade e o maior bem-haja que sempre está contido naquele abraço.
Luís


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Isso implica um regresso ao início deste artigo, desta vez com uma outra interrogação:
Neste sentido, será que o preconceito etnocêntrico pode alguma vez ser superado?
Antes, contudo, coloquemos uma outra:
Como ultrapassar os referidos medos e o egocentrismo?
Por via do conhecimento que no segundo caso deverá ser acompanhado por valores morais.
Retomando a primeira pergunta, vejamos o caso, novamente, em comparação com o racismo.
De acordo com uma abordagem fria da temática, estamos mais tranquilos perante estas últimas ideografias, sempre passíveis de serem refutáveis.
Com isto não se deduza uma atitude menos atenta ou, se quisermos, mais displicente. Seria um erro. Serenamente, queremos apenas dizer que estando em alerta permanente, jamais desperdiçaremos uma oportunidade para objectarmos novos eventuais contributos para as ideografias em causa.
Digamos que em face do racismo, esta poderá ser uma posição a tomar, claro está, estritamente em termos de argumentação científica.
Quanto ao preconceito etnocêntrico a coisa é mais complicada. Sabemos que ele parte de mecanismos que não dependem da nossa vontade e ou consciência.
Acontece que em rigor, nada nos permite afirmar que o medo e o egocentrismo possam vir a ser definitivamente debelados. Provavelmente enquanto possibilidade existirão sempre na vida dos homens e especialmente em relação ao primeiro, nem poderemos estar certos que seria positivo ou passível de consequências positivas para a espécie se tal viesse a suceder.
É admissível que em situações pontuais eles possam ser postos de parte e ainda que isso possa acontecer em grande parte dos casos.
Ora isto é o mais importante, saber que à medida que formos propiciando a aproximação dos povos e sempre que consigamos inviabilizar as manifestações dos medos xenófobos e das atitudes egocêntrica, com isso poderemos fazer recuar as possibilidades de a interacção entre aqueles fenómenos gerar o preconceito etnocêntrico.
Daqui resulta que deveremos escolher uma permanente posição preventiva.
Estaremos sempre dispostos e procuraremos manter as condições para uma resposta eficaz a estes preconceitos.

Luís F. de A. Gomes

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Já reparaste que a conclusão quanto à necessidade de prevenção permanente é semelhante àquilo que Amos Oz escreve sobre o fanatismo? É a mesma atitude de vigilância que deveremos sempre manter perante a democracia, segundo a perspectiva de Chomsky, não é? Afinal, tratam-se de procurar saber controlar os demónios da humanidade que sempre existirão e provavelmente sempre existirão.
Está a ver, meu querido, só te comparo aos grandes.

Um beijo, meu amigo

Zara

12:08  
Blogger ATIREI O PAU AO GATO said...

Ai muito obrigada, minha querida amiga, pela comparação é claro que a visita já sabes que é sempre bem vinda e motivo de enorme satisfação, não é assim?

Mas é isso, Zara, há demónios a que deveremos estar sempre atentos, sob pena de eles nos poderem dominar as ideias e os propósitos e com isso nos imporem os comportamentos e a escolha de caminhos maléficos.

Um beijinho também para ti, minha amiga

Luís

14:44  

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